‘Gratidão Não Prescreve’: técnica de enfermagem supera dificuldades com ajuda da saúde pública de Volta Redonda

Moradora do bairro Eucaliptal relata situações difíceis pelas quais passou e se diz grata pelo atendimento do Caps Vila Esperança, onde recebe acolhimento e tratamento

 

Um lugar de acolhimento, fraternidade e gratidão. É dessa forma que a técnica de enfermagem Cleonice Gonçalves de Souza, moradora do bairro Eucaliptal, descreve o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Vila Esperança, localizado na Vila Santa Cecília, em Volta Redonda. Ainda frequentando e recebendo atendimento na unidade da Divisão de Saúde Mental da rede pública municipal, Cleonice concedeu uma entrevista para a série “Gratidão Não Prescreve”, da Prefeitura de Volta Redonda, contando um pouco sobre situações vividas no passado e como sua vida foi transformada positivamente, graças ao trabalho desenvolvido pelo Caps.

“Desde os 7 anos, eu tenho crises convulsivas. Minha mãe começou a me levar a médicos, e fiz um grande tratamento, mas, depois disso, tive muitas situações emocionais e psicológicas. Foi só piorando. Aos 17 anos, tive um infarto e um aneurisma”, lembra Cleonice, que, apesar da formação na área da saúde, trabalhou a maior parte da vida com vendas. Em 2016, sofreu um acidente com fraturas no joelho e na tíbia, o que a levou a utilizar cadeira de rodas por cerca de quatro anos.

Em outra situação difícil, no ano de 2023, Cleonice teve uma atrofia cerebral, o que provocou nela um jeito agressivo de falar e, consequentemente, a privou de convívio social na maior parte do tempo.

“Eu estava no fundo do poço, totalmente abalada emocional e psicologicamente, e minha saúde estava muito ruim. Não tinha convívio nenhum dentro da cidade onde nasci, cresci e que gosto muito. Então, fui até o Cais (Hospital Dr. Nelson dos Santos Gonçalves, no Aterrado), e o psiquiatra me encaminhou para o Caps Vila Esperança. Quando cheguei, todos se uniram dentro do Caps, se abraçaram e me abraçaram junto, com um abraço fraterno”, conta emocionada.

Acolhimento e tratamento

No Caps Vila Esperança, unidade gerenciada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Cleonice mostrou uma evolução positiva em seu tratamento, inclusive participando ativamente de oficinas terapêuticas. A postura positiva adotada por Cleonice foi importante para a melhora do quadro clínico, com redução e até remissão de sintomas anteriormente apresentados.

“Eu agradeço muito ao Caps Vila Esperança pelo apoio, pela dedicação, pelo carinho de todos, porque toda a equipe trabalha junta. Hoje, eu consigo conviver socialmente. Sou grata pelo amor, pelo carinho, pela gratidão que todos têm. Eles, juntos, fazem a força e dão o abraço fraterno à pessoa, acolhendo-a com carinho”, afirmou Cleonice.

A série “Gratidão Não Prescreve” conta histórias de pessoas como Cleonice, que tiveram a vida transformada graças ao atendimento recebido ao utilizar um dos serviços públicos do governo municipal e são gratas por isso.

Caps Vila Esperança

O Caps Vila Esperança funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. A unidade atende à população dos bairros Água Limpa, Bela Vista, Brasilândia, Caieiras, Candelária, Dom Bosco, Eucaliptal, Jardim Amália I e II, Morada da Granja, Nova Primavera, Ponte Alta, Rústico, São Sebastião, Santa Tereza, Santo Agostinho, São Cristóvão, São Lucas, São Luiz, Três Poços, Vila Americana, Volta Grande, Minerlândia, São Carlos e Santa Inês.

“O Centro de Atenção Psicossocial presta um importante serviço para uma parcela da nossa população, beneficiando usuários e seus familiares. Nossa luta é para que essas pessoas sejam respeitadas como cidadãs e que tenham o melhor cuidado possível”, afirmou a coordenadora do Programa de Saúde Mental de Volta Redonda, Edna Quintino.

Rede de Atendimento

Além do Caps Vila Esperança, Volta Redonda conta com outros Centros de Atenção Psicossocial, de Atenção Psicossocial Infantil (Capsi) e de Atenção Psicossocial de Álcool e outras Drogas (Caps AD). São eles: Caps II – Usina dos Sonhos, na Avenida General Miguel Costa, 31, Vila Mury; Caps Infantil Viva a Vida, na Avenida Amazonas, Vila Mury; Caps II Sérgio Sibilio Fritsch, na Rua Alimo Antônio Francisco, no Jardim Belvedere; e o Caps AD Lúcia Maria Bessada, na Rua 2, no Conforto. O acesso aos Caps pode ser por livre demanda ou por referência de outras unidades de saúde, públicas ou privadas.

O Espaço de Cuidado em Saúde, que fica no segundo andar do Estádio Raulino de Oliveira (Estádio da Cidadania), conta com uma equipe composta por médico clínico, psiquiatra, auxiliar administrativo, enfermeiro, coordenador, assistente social, terapeuta de práticas integrativas, recepcionista e psicólogos. Entre as ofertas de atendimento disponibilizadas no local estão consultas com psiquiatra, grupos terapêuticos e práticas integrativas.

O Programa de Saúde Mental da Prefeitura de Volta Redonda ainda conta com quatro residências terapêuticas, nos bairros Vila Santa Cecília, Retiro, Sessenta e Casa de Pedra, onde moram 33 pessoas. As equipes são compostas por coordenador, cuidador, auxiliar de serviços gerais, motorista, auxiliar administrativo e diarista.

Equipe itinerante – O setor de Saúde Mental tem também uma equipe de Articulação Territorial (Ar-te), que funciona com um psicólogo, uma enfermeira e uma assistente social, com o objetivo de facilitar o acesso dos usuários à rede. A equipe tem como função desenvolver ações em diversos locais, articulando com os outros serviços oferecidos pelo município. O grupo atua nas ruas junto com o Serviço de Abordagem Social e com o “Consultório na Rua”.

Fotos: Cris Oliveira – Secom/PMVR.

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