O Ibovespa hesita nos primeiros negócios desta quinta-feira (13), conforme persistem preocupações com o cenário fiscal no país, enquanto no exterior o penúltimo pregão da semana era marcado por alta do minério de ferro, mas queda do petróleo.
O dólar se mantém perto dos R$ 5,40 após os fortes ganhos na véspera em razão do desconforto fiscal persistente, o que mais do que compensou um maior apetite por risco no exterior.
Por volta das 10h40, o principal índice da bolsa brasileira operava em leve alta de 0,02%, aos 119.963 pontos. Já a moeda americana caía 0,23%, negociada a R$ 5,40.
Na quarta-feira (12), o dólar obteve fortes ganhos ante o real por conta de preocupação dos investidores com a área fiscal, fomentada por uma derrota do governo em sua tentativa de compensar a desoneração da folha de pagamentos.
Isso aumentou a percepção de fraqueza do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dentro do Executivo.
Na terça-feira (11), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), havia anunciado a decisão de devolver ao presidente Lula trechos da Medida Provisória do PIS/Cofins que restringiram a compensação de créditos do tributo.
A decisão de Pacheco foi vista como uma derrota para o governo e, em especial, para Haddad, que buscava com a MP cobrir perdas de arrecadação com a manutenção da desoneração da folha.
A expectativa era de que a MP fosse gerar aumento de R$ 29 bilhões na arrecadação em 2024.
O mal-estar em torno da situação fiscal brasileira foi reforçado por declarações do presidente Lula no dia seguinte durante evento com investidores no Rio de Janeiro.
Na ocasião, ele disse que o aumento da arrecadação e a queda na taxa de juros permitirão uma redução do déficit nas contas sem impactar os investimentos.
No pico da sessão anterior, às 10h57, o dólar foi cotado a R$ 5,4303, em alta de 1,32%.
O movimento ocorreu a despeito de, no exterior, a moeda recuar diante de um maior otimismo dos investidores com o futuro da taxa de juros do Federal Reserve.
O Departamento do Trabalho dos EUA informou na quarta-feira (12) que seu índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) ficou inalterado em maio, após ter subido 0,3% em abril.
Economistas consultados pela Reuters projetavam alta mensal de 0,1%.
Os números foram bem-recebidos pelo mercado, que elevou as apostas de que o Fed fará um corte de juros já em setembro.
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