As obras de terraplanagem do Loteamento Arvoredo, que o grupo Mauro Campos Pereira está construindo em Pinheiral, foram embargadas pelo Inea na manhã de terça, 25. O motivo seria a poluição que estaria sendo gerada pela movimentação e lançamento de material particulado na atmosfera pelos caminhões que transitam pelo local (ver foto). Segundo apurado pelo aQui, os fiscais do Inea teriam recebido denúncias de moradores do bairro dando conta que a empresa não teria disponibilizado caminhões-pipa no canteiro de obras para irrigar o solo, o que supostamente estaria provocando a poluição do ar.
O empreendimento em questão é o segundo condomínio de lotes construído em Pinheiral pelo grupo do empresário Mauro Campos Pereira, que foi candidato a prefeito de Volta Redonda em 2024. As obras teriam começado em setembro do ano passado, às vésperas das eleições em que ele, Maurinho, foi derrotado por Neto, atual prefeito. E deveriam terminar ontem, sexta, 28. Procurado pelo aQui, Maurinho disse que faltavam apenas três dias para a obra ser concluída, quando o Inea mandou parar o serviço. “É uma obra licenciada, e nós tomamos todas as precauções que constavam na licença. Nós tínhamos dois caminhões-pipa lavando a rua o tempo inteiro, mas sempre tem gente que se incomoda com o progresso e o sucesso das pessoas.
Poeira realmente existe em alguns momentos, o que acaba gerando algum transtorno”, admitiu. Ainda de acordo com Maurinho, sua empresa tinha um acordo com a Prefeitura de Pinheiral de parar as máquinas na hora de entrada e saída da escola e da creche localizadas próxima ao canteiro de obras, justamente para não gerar problemas respiratórios para as crianças. E lamentou o fato de o Inea não ter emitido nenhuma notificação prévia a respeito. “O Inea poderia ter sido orientativo, poderiam ter nos orientado sobre a melhor forma de fazer. Eles são técnicos, entendem tanto de meio ambiente, de granulometria das partículas, eles poderiam ter ido lá e falado como deveríamos fazer. Mas foram lá e interditaram”, lamentou, sem levar em conta que sua equipe também deveria saber dos procedimentos cor- retos antes de iniciar as obras.
Com o empreendimento embargado, o empresário volta-redondense terá de abrir um processo administrativo no Inea, com um pedido de recurso, para solicitar o desembargo, cumprindo as exigências do órgão ambiental. “Vamos fazer isso, mas é um processo demorado, o que é uma pena, porque o déficit habitacional é imenso”, pontuou, aproveitando para criticar a postura dos fiscais do Inea que não fiscalizam a poluição dos rios e córregos de Volta Redonda. “Eles são incapazes de falar alguma coisa. A gente vê que a CSN sempre teve problemas ambientais, e estes mesmos técnicos não falam nada”, alfinetou, envolvendo a siderúrgica em um caso que não a diz respeito.