Com menos de um mês para as eleições municipais de 2024, Volta Redonda se prepara para escolher seus representantes na Câmara Municipal. Entre os 352 candidatos ao cargo de vereador, a cidade apresenta uma predominância clara da faixa etária dos 30 aos 59 anos, com 265 candidatos.
A presença jovem, no entanto, é limitada, com apenas 10 candidatos com menos de 29 anos. A candidata mais jovem tem apenas 19 anos, levantando questões sobre a renovação política em Volta Redonda.
O sociólogo e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Raphael Lima, analisa essa situação como um reflexo global. “A baixa representação jovem pode ser vista como uma falta de atualização nas ideias e perspectivas. Isso resulta de fatores como o desinteresse crescente dos jovens pela política e a insuficiência de formação política nos partidos”, afirma Lima. Ele sugere que essa falta de renovação também pode refletir o envelhecimento da população e a menor taxa de natalidade no Brasil.
Por outro lado, o grupo dos candidatos mais velhos também merece destaque. Entre os 77 candidatos com 60 anos ou mais, 59 estão na faixa dos 60 a 69 anos, 17 têm entre 70 e 79 anos, e uma candidata tem 82 anos. Figuras conhecidas da política local, como América Tereza (Republicanos), de 70 anos, e Fátima Martins (Agir), de 71 anos, estão entre os candidatos mais velhos.
José Maria da Silva, conhecido como Zezinho e membro da executiva do Movimento Ética na Política (MEP-VR), levanta uma reflexão sobre a representatividade dos jovens. “A política de Volta Redonda tem sido dominada por candidatos na faixa dos quarenta e cinquenta anos. Precisamos questionar se estamos realmente oferecendo espaço para os jovens. O MEP, por exemplo, levou 15 anos para ter 50% de jovens em seu conselho. É essencial ouvir e integrar os jovens, que estão prontos para contribuir com novas ideias”, destaca Zezinho.
Dados recentes do IBGE mostram que Volta Redonda possui uma população de 261.563 habitantes, com 55.380 pessoas acima de 60 anos e 36.520 jovens de 19 a 29 anos. A discrepância entre a composição etária da população e a dos candidatos pode sinalizar uma desconexão entre os representantes e a base eleitoral, evidenciada pela preponderância dos candidatos mais velhos em comparação com a menor presença de jovens.