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Menor que o do México, e-commerce do Brasil tem potencial para crescer, diz relatório

O comércio eletrônico brasileiro ainda possui um grande potencial de expansão, de acordo com o relatório da FTI Consulting apresentado à CNN.

Dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) apontam que o e-commerce nacional deve chegar a um faturamento de R$ 204,27 bilhões neste ano, um crescimento de cerca de 10% em relação a 2023 (R$ 185,7 bilhões).

“Comparando com outros países mais maduros, o Brasil ainda tem bastante potencial. O mercado está mais maduro a cada mês. As vendas seguem aumentando, mas o ritmo de crescimento desacelerou como esperado”, aponta Samuel Aguirre, diretor de gerência sênior de Finanças Corporativas na FTI.

Hoje, o e-commerce representa 9% do total de vendas realizadas no varejo brasileiro, de modo que o Brasil fica 5 pontos percentuais atrás do México.

“Não chegamos a um teto, mas em uma curva de amadurecimento como qualquer indústria. Ainda existem muitas oportunidades de crescimento”, conclui.

Entre os fatores por trás dessa evolução, a FTI destaca o maior acesso a esses serviços – por conta da proliferação da internet e do desenvolvimento do ambiente financeiro digital – e avanços na infraestrutura logística do país.

O pico de crescimento do setor foi em 2020, quando quase chegou a 30%. A alta já vinha acelerada antes, mas ganhou impulso com a pandemia e o isolamento social que levaram os consumidores a se voltarem para alternativas ao comércio físico. Desde então, o ritmo vem freando.

Ainda assim, o relatório destaca que o ritmo de crescimento das vendas online seguem comparáveis às realizadas no meio físico.

“Uma razão para as taxas mais lentas de crescimento dos serviços online e de varejo offline tem sido um nível crescente de endividamento das famílias, que recentemente atingiu 48% da renda anual“, destaca o relatório, com base em dados do Banco Central (BC).

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Potencial de crescimento

Além do México, outro mercado latino-americano que supera o brasileiro é o e-commerce chileno.

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“Se compararmos em outros mercados como o México, país de perfil comparável ao nosso e em um estágio mais avançado de maturidade, vemos o quanto de oportunidades ainda temos e o quanto ainda o setor ainda pode crescer no Brasil”, afirma Aguirre.

O relatório destaca que, atualmente, o comércio eletrônico do país é mais desenvolvido e sustentado pelo consumo de bens duráveis ​​e produtos de tecnologia.

“Os compradores veem menos necessidade de tocar e ver esses produtos de perto antes de decidir sobre a compra. Eletrodomésticos e produtos de tecnologia, em particular, beneficiam-se de informações detalhadas, análises e especificações online, que ajudam em decisões de compra. Coletivamente, essas categorias estão impulsionando o crescimento e destaque do comércio eletrônico no Brasil”, analisa a FTI.

E é exatamente nessa ponta de consumo onde Aguirre indica que está a “galinha dos ovos de ouro” do setor, tanto para expandir o consumo, como para aumentar o alcance das vendas.

“Há uma série de outras alavancas de crescimento do setor no Brasil, como número crescente de smartphones e aumento do acesso à bancarização”, pontua o diretor da FTI.

O especialista ainda ressalta que uma das dificuldades para o setor no país são suas proporções continentais. Porém, os mesmos fatores que já tem impulsionado a alta do e-commerce – logística e digitalização financeira em evolução – são apontados como soluções para esse problema.

“Temos observado um crescimento econômico no Norte e Nordeste que potencializa a implementação de centros de distribuição e todo o ecossistema de retail. Além disso, a população mais jovem destes locais já é gradualmente mais bancarizada, com acesso ao Pix e internet, o que já representa uma parte significativa de quem poderá impulsionar o varejo no futuro nestas regiões”, conclui.

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