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Morre a carnavalesca Rosa Magalhães, aos 77 anos


A cultura brasileira está de luto. Morreu, na noite desta quinta-feira (25), no Rio, aos 77 anos, a carnavalesca, figurinista, cenógrafa e artista plástica Rosa Magalhães. Maior campeã da Marquês de Sapucaí, a “Professora” como era carinhosamente chamada no mundo do samba, sofreu um infarto.

O velório será nesta sexta-feira (26), no Palácio da Cidade, em Botafogo, de meio-dia às 16h30. O sepultamento vai acontecer no Cemitério São João Batista, restrito a familiares e amigos próximos.

Dona de sete títulos no Carnaval carioca, atuou nas escolas de samba Beija-Flor, Império Serrano, Tradição, Estácio de Sá, Salgueiro, Imperatriz Leopoldinense, União da Ilha, Vila Isabel, Mangueira, São Clemente, Portela e Paraíso do Tuiuti. Teve passagem, também, pelos desfiles de São Paulo.

Além das vitóras na Sapucaí e de muitos troféus no Carnaval, seus principais prêmios foram o Emmy de Melhor Figurino, pela abertura Jogos Pan-Americanos de 2007; dois prêmios MinC; prêmios Carlos Gomes; Ordem do Mérito Cultural; e Medalha de Prata, oferecida pelo governo da Áustria.

Formada pela Escola de Belas Artes (EBA) da UFRJ, também foi professora da instituição. Assinou figurinos e cenários para dezenas de espetáculos teatrais.

Escreveu três livros: “Fazendo Carnaval” (Ed. Nova Aguilar) e “O inverso das origens”, junto com Maria Luiza Newlands (Ed. Nova Terra), e “E vai rolar a festa…” (Editora Nova Terra). A última publicação é um relato sobre sua experiência de criar e produzir a festa de encerramento das Olimpíadas de 2016 e as cerimônias de abertura e encerramento do Pan-Americano do Rio.

Em 2019, teve sua trajetória transformada em biografia. “Rosa Magalhães — A moça prosa da avenida”, de Luiz Ricardo Leitão, foi lançada pela Uerj, mesma instituição que, em 2002, concedeu-lhe o título de doutora “honoris causa”. Em 2023, foi tema do documentário “Rosa – A narradora de outros Brasis”, de Valmir Moratelli e Libário Nogueira.

Rosa Lúcia Benedetti Magalhães era filha dos escritores Raimundo Magalhães Júnior, imortal da Academia Brasileira de Letras, e de Lucia Benedetti. A artista morava em Copacabana, na Zona Sul, e não gostava muito de frequentar eventos sociais. Preferia ficar em casa, perto dos livros e dos cachorros, suas grandes paixões. Durante os últimos anos, trabalhou ao lado de Mauro Leite e de Alessandra Cadore, seus assistentes. A carnavalesca não tinha filhos.

Confira os títulos de Rosa Magalhães

1971 – Salgueiro – Festa para um rei negro (*cargo de assistente)
1982 – Império Serrano – Bum bum paticumbum prugurundum (com Lícia Lacerda)
1994 – Imperatriz – Catarina de Médicis na Corte dos tupinambôs e Tabajeres
1995 – Imperatriz – Mais vale um jegue que me carregue, que um camelo que me derrube lá no Ceará
1999- Imperatriz – Theatrum Rerum Naturalium Brasiliae
2000- Imperatriz – Quem descobriu o Brasil, foi Seu Cabral, no dia 22 de abril, dois meses depois do carnaval
2001- Imperatriz – Cana-caiana, cana roxa, cana fita, cana preta, amarela, pernambuco… Quero vê descê o cuco, na pancada do ganzá
2023- Vila Isabel – A Vila canta o Brasil, celeiro do mundo – Água no feijão que chegou mais um

 

 



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