As gráficas e o grupo Meta (Facebook e Instagram) foram os que mais faturaram com as eleições deste ano em Volta Redonda. Pelo menos é o que se conclui analisando os dados de prestação de contas dos candidatos ao Palácio 17 de Julho. Até o momento, os políticos declararam à Justiça Eleitoral terem feito despesas superiores a R$ 1 milhão. Detalhe: o gasto deve ser muito maior, já que o prazo final para a prestação de contas das campanhas termina no próximo dia 5 de novembro.
Reeleito para o seu sexto mandato, o prefeito Neto informou até o momento que gastou cerca de R$ 734 mil para se reeleger, facilmente, é bom que se frise. Suas principais despesas foram com adesivos para carros, os microperfurados, em parceria com os candidatos a vereador da sua coligação: R$ 117 mil foram pagos à empresa de William Araújo de Oliveira. Com santinhos e panfletos, foram gastos R$ 160 mil com a Gráfica e Editora Irmãos Drumond.
Neto também teve despesas pagas ao escritório Carvalho & Correa Sociedade de Advogados – foram R$ 110 mil por serviços advocatícios, incluindo, é claro, as ações movidas contra ele e as dele contra os adversários. Já o programa de radiodifusão Dário de Paula recebeu R$ 80 mil para serviços de locução e elaboração dos programas de rádio da coligação do prefeito.
Outros R$ 56 mil foram pagos ao escritório de Márcia Marinatto, encarregado de fazer os serviços de prestação de contas do prefeito e de todos os candidatos a vereador da coligação.
Derrotado na disputa pelo Palácio 17 de Julho, o milionário Mauro Campos Pereira, dono do cemitério Portal da Saudade, entre outros, ainda precisa atualizar sua prestação de contas. Até o momento declarou ter investido apenas R$ 100 mil nas eleições municipais, sendo que ‘investiu’ R$ 16 mil para impulsionar seus conteúdos nas redes sociais. Detalhe: ele chegou a se gabar de ter tido quatro milhões de visualizações em suas redes. Visualizações pagas, como se vê. Tem mais. Maurinho pagou R$ 10 mil à Skylen BR Sistemas Inteligentes, que ficou responsável por sua consultoria estratégica. Diferentemente de Neto, Maurinho diz ter pagado apenas R$ 8,5 mil ao escritório de Arthur Correa Vieira Spinelli por serviços advocatícios.
O engraçado na prestação de contas do candidato do Novo é que Maurinho diz ter contratado 20 cabos eleitorais que, em média, receberam R$ 1,2 mil cada. Curioso é que, supostamente, todos receberam a grana de forma parcelada: em três vezes. Detalhe: na lista dos apoiadores, ninguém é conhecido no meio político.
O petista Alexandre Habibe, terceiro colocado na disputa pelo Palácio 17 de Julho, informou até o momento ter gastado apenas R$ 10 mil, sendo que R$ 6,2 mil foram pagos a Ludmilla Ribeiro pelo serviço de design gráfico. Outros R$ 3,8 mil saíram dos cofres de Habibe para pagar uma sala da Associação Fotofilatélica, que funcionou como comitê central da sua campanha. Habibe terá que atualizar sua prestação de contas à Justiça Eleitoral, em especial quanto gastou, já que recebeu R$ 367 mil para fazer campanha.
Candidato pelo PSB, Arimathéa – ex-prefeito de Pinheiral – informou que gastou R$ 144 mil, que não foram suficientes para elegê-lo, pois ficou em quarto lugar na disputa. Sua principal despesa foi com serviços gráficos – adesivos e panfletos da gráfica Bandeirantes (R$ 80 mil). Para monitoramento das redes sociais, design gráfico, gravações de vídeos e outros, Arimathéa investiu R$ 22 mil com Carla Godinho. E pagou R$ 10 mil a Rafael Moura, encarregado dos serviços de locução e gravação de programas de rádio. Assim como Maurinho, o protegido do deputado estadual Jari Oliveira investiu com o impulsionamento de conteúdo nas redes sociais: foram R$ 4,2 mil, contra os R$ 16 mil de Mauro.
O ex-prefeito Samuca Silva, que amargou a quinta colocação na disputa, ainda não declarou qualquer gasto na campanha. É outro que terá que atualizar a sua prestação de contas até o dia 5 de novembro. Jamaica (PCO), que foi o sexto colocado, também não declarou nada até o momento.
Lanterninha na disputa pelo Palácio 17 de Julho, Maicon Quintanilha (PSTU) gastou R$ 5,4 mil na campanha, sendo pouco mais de R$ 2 mil com santinhos e panfletos. Pagou ainda R$ 2 mil para o advogado Alberto Albiero por serviços advocatícios e R$ 1,1 mil a Daylane Bezerra para fazer a contabilidade da campanha do político radical de esquerda de Volta Redonda.