01/06/2025 18:23

Munir debate uso de telas para crianças e adolescentes em audiência pública na Alerj

Pelo menos 56 crianças e adolescentes, de 7 a 18 anos, morreram no Brasil em decorrência de desafios compartilhados nas redes sociais. Os dados, do Instituto DimiCuida, foram apresentados pela Comissão da Criança, do Adolescente a da Pessoa Idosa da Assembleia Legislativa durante audiência pública realizada nesta quarta, 28.
Presidente da Comissão, o deputado Munir Neto, que é de Volta Redonda, aproveitou para protocolar projeto de lei para aumentar a proteção das crianças e adolescentes nas redes digitais. “Ouvimos dados alarmantes. Isso nos mostra que o problema é urgente e precisa da atenção de toda a sociedade. E nós, do poder público, precisamos criar leis que preservem essas crianças e adolescentes. Esse PL tem como objetivo assegurar ampla divulgação sobre o tema. Sabemos que todos gostam de ter acesso aos seus celulares e computadores, mas nós precisamos pensar também nos problemas que isso gera”, pontuou o parlamentar.
A pediatra Evelyn Eisenstein, representante da Sociedade Brasileira de Pediatria, elogiou a medida e explicou que o uso prolongado de dispositivos eletrônicos – mais de quatro horas por dia – pode causar distúrbios do sono, irritabilidade, isolamento social e, em casos mais graves, exposição a crimes virtuais, como o cyberbullying. “A prevenção começa com a desconexão. E essa responsabilidade não é apenas da família, mas também da sociedade como um todo”, disse.
Entre 2010 e 2023, o número de casos de depressão e ansiedade entre adolescentes de 13 a 17 anos atendidos pelo SUS cresceu 323%, segundo dados oficiais apresentados na audiência – período que coincide com o aumento do uso das telas no país, segundo a psiquiatra Gabriela Crenzel. “Os números apontam a urgência de medidas preventivas para proteger o público infantojuvenil”, reforçou. “Precisamos nos desconectar. Não sabemos ainda o quanto o excesso de telas e a ausência de contato com espaços abertos estão adoecendo nossas crianças”, justificou, defendendo a política de “tela zero” até os três anos de idade, ampliando o uso de forma gradual e sempre com supervisão.

Outro aumento significativo aconteceu, segunda a psiquiatra, nos casos de cyberbullying. “O bullying que já existia nas escolas, agora pode ser anônimo e é um problema crescente”.
Homenagem

O Defensor público, Rodrigo Azambuja, ressaltou que o uso de redes sociais deve sempre acompanhar a classificação indicativa. “E deve ser sempre supervisionado pelos pais”, disparou.
Azambuja foi agraciado com o prêmio “Tiana Sento-Sé” em reconhecimento ao trabalho desenvolvido em prol das crianças e adolescentes do estado do Rio. “É uma homenagem justa e merecida. Desde o meu primeiro dia à frente dessa comissão, ele me ajudou muito”, relembrou Munir.

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