O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Marco Antonio Amaro, nega que haja uma disputa entre a pasta e a Polícia Federal pela segurança do presidente Luiz Inácio Lula das Silva (PT) e seus familiares. Nos bastidores, porém, o assunto ainda é tratado como um tema sensível entre militares e policiais federais.
Ao CNN Entrevistas, o ministro afirmou que, da parte dele, nunca houve uma “queda de braço” com a PF e disse que “não há problema de segurança presidencial que não possa ser resolvido pelo GSI”. General Amaro classificou o relacionamento dele com o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, como cordial.
Em meio à desconfiança com militares após o fim do governo de Jair Bolsonaro (PL), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ainda na transição, entregou sua segurança pessoal para a Polícia Federal.
O trabalho só foi devolvido ao GSI em junho do ano passado, quando general Amaro já havia assumido a pasta. O primeiro ministro do GSI, general Gonçalves Dias, demitiu-se em abril de 2023 após desgaste com a divulgação de imagens da atuação dele durante a invasão do Palácio do Planalto nos ataques de 8 de janeiro, reveladas pela CNN.
“Sempre conversei com o Andrei Rodrigues desde o primeiro momento, nunca tivemos problema. Sempre foi um tratamento cordial, amistoso, pacífico, sem nenhum problema. Quanto à queda de braço, eu nunca tive queda de braço com relação a isso. Quando eu assumi, tinha um prazo do decreto até 30/06. E foi o prazo que o presidente estabeleceu. Da minha parte não houve queda de braço e meu tratamento com o Andrei Rodrigues continua bem. E não tem nenhum problema de segurança presidencial que não possa ser resolvido pelo GSI”, disse.
Em meio à disputa entre militares e policiais, o governo criou um sistema híbrido para a segurança de autoridades e familiares. Com isso, passou ser uma decisão pessoal se a segurança seria feita pelo GSI ou pela PF. Atualmente, a segurança da primeira-dama Janja Lula da Silva é feita por policiais.
“Ficou definido que teria uma solução híbrida pelo presidente, que se deixou a cargo de cada dignatário se manteria ou mudaria. O presidente, vice-presidente, familiares dos dois ficaram com a segurança do GSI como era tradicional. A primeira-dama preferiu ficar com a segurança da PF. Não há nenhuma dificuldade nessa sistemática”, disse o ministro.
Não pleiteio a Abin, diz ministro
Ainda na esteira das desconfianças sobre a atuação do GSI durante a gestão Bolsonaro, o governo Lula passou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para o guarda-chuva da Casa Civil.
À CNN, general Amaro afirmou que a Abin ficar com o GSI ajuda na fluidez das informações, mas que, neste momento, não pleiteia a volta da Abin para a sua pasta.
“Eu não pleteio porque o presidente da República que tomou a decisão. Tomada uma decisão, nós cumprimos e não retomamos a discussão. Várias das atribuições do GSI são melhor resolvidas com a participação da Abin. Estando fora do GSI, nós queremos que continue fluindo. Para mim, ficaria melhor, mais fácil estando a Abin no GSI. Agora, não pleiteio, porque a decisão foi tomada. é uma questão que quando o presidente ou a Casa Civil voltarem a discutir o assunto, nós colocaremos a nossa posição”, disse.
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