Pai suspeito de estuprar a filha de sete anos é preso em Resende
O homem que estava foragido por estuprar a própria filha, de 7 anos, em Barra do Piraí, foi preso na manhã desta segunda-feira (3) em Resende.
A informação foi confirmada ao G1 pelo delegado titular de Barra do Piraí, Antônio Furtado. Ele estava escondido há uma semana na casa da irmã e do irmão dele, no bairro São Caetano.
O crime aconteceu no dia 18 de maio, na casa onde a família morava, no distrito de Dorândia (relembre o caso abaixo).
A prisão ocorreu em uma ação conjunta das delegacias, sendo três policiais civis de Barra do Piraí e dois de Resende.
O homem, de 39 anos, estava sendo procurado desde a última segunda-feira (27) quando um mandado de prisão temporária foi expedido pelo Juizado Especial Adjunto Criminal da cidade.
“Nós vimos indícios mais que suficientes para representar pela prisão temporária. As provas são contundentes”, disse o delegado titular da delegacia de Barra do Piraí, Antônio Furtado. Para ele, a prisão é importante para a continuidade das investigações.
Laudo confirmou o estupro
O crime só foi descoberto dois dias depois, na escola onde a menina estuda. Na delegacia, acompanhada de uma policial, a criança desenhou o estupro sofrido e disse ter sido ameaçada.
“A menina disse, em depoimento especial, que o pai ameaçou a bater nela caso ela contasse a violência para a mãe”, afirmou Furtado.
No mesmo dia em que o estupro foi registrado na delegacia, a vítima foi levada para o Instituto Médico Legal (IML) e realizou um exame de corpo de delito.
Segundo a Polícia Civil, o laudo pericial apontou pequenas manchas vermelhas, acompanhadas de uma secreção, no hímen e comprovou que houve estupro. O homem não foi preso porque o crime foi relatado dois dias depois do acontecido. Assim, não se configurou como flagrante.
“Logo no dia seguinte ao registro, o pai sumiu de casa e não apareceu sequer no trabalho para receber o seu adicional de férias. Nós já descobrimos que ele pernoitou duas noites no endereço do irmão, no distrito da Califórnia, e depois ninguém mais o viu”, detalhou o delegado.
Na semana do crime, a Polícia Civil reuniu evidências de que o pai é o principal suspeito de estuprar a filha e pediu à Justiça para que fosse expedido o mandado de prisão temporária, que tem validade de 30 dias.
Solicitada pela Polícia Civil na segunda-feira (20), a medida protetiva que impede que o suspeito se aproxime da ex-companheira e da filha sob pena de prisão foi deferida na quarta-feira (22). A lei prevê 2 anos de cadeia, sem direito a fiança, em caso de descumprimento.
No mesmo dia em que a Justiça expediu a medida, um oficial de Justiça tentou contato com o suspeito, mas sem sucesso. Na quinta-feira (23), o homem foi procurado por mensagem e confirmou seu nome.
Embora não tenha respondido sobre o documento, o fato de ter retornado o contato do oficial de Justiça já é o suficiente para que ele tenha ciência da medida protetiva.
Criança pediu desculpas à mãe
Na quarta-feira (29), a diretora da escola em que a menina estuda prestou depoimento na delegacia de Barra do Piraí. De acordo com o delegado, ela disse que o que ouviu da criança “cortou seu coração”.
A mulher afirmou que, ao ver a mãe chorando, a criança pediu desculpas por ter sido estuprada pelo pai.
Foi a diretora que chamou a mãe na escola, na segunda-feira (20), para falar que a filha estava suja de sangue porque havia menstruado.
A mãe, no entanto, desconfiou de que o sangue fosse a menstruação, pois a filha ainda tem 7 anos.
De acordo com a Polícia Civil, ao ser questionada pela mãe, a criança disse que o pai a pegou pelo braço, levou para cama e tirou sua roupa, vindo a cometer o estupro.
Um desenho feito pela própria menina retratando como ocorreu o crime. A ilustração foi feita na delegacia da cidade, acompanhada de uma policial.
No desenho, a criança mostra o pai a pegando pelo braço, a colocando na cama e deitando sobre ela. A ilustração também revela a irmã, de 5 anos, que estava tomando banho no momento do crime.
O pai estava sozinho com as duas filhas em casa, pois a mãe havia saído para ir ao médico.
Em depoimento à Polícia Civil, a mulher disse que está separada do pai da criança, mas que os dois moravam na mesma casa e que ela confiava nele para cuidar das filhas quando precisa sair.