Páscoa mais cara: vinho brasileiro teve reajuste de até 10% em 2025

Além do aumento do preço dos chocolates, do bacalhau e dos peixes, o vinho brasileiro também está mais caro durante a Páscoa de 2025.

Um levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre) sobre a “cesta de Páscoa” traz a bebida com aumento médio em todo o Brasil de 5,79%.

Os valores são próximos aos relatados à CNN por produtores do Rio Grande do Sul, que contabilizam acréscimos de até 10% do mercado durante os quatro primeiros meses do ano.

Segundo o presidente da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), Daniel Panizzi, os valores praticados são “menores que a inflação, mas maiores que a inflação real, que contabiliza as variações cambiais e os aumentos reais dos fornecedores da cadeia”.

À CNN, o sócio-proprietário da vinícola Lidio Carraro, Juliano Carraro, afirmou que foi um esforço segurar os reajustes abaixo da inflação, mas que materiais como vidro (para a produção de garrafas), cortiça (para fazer as rolhas), manejo para a produção das uvas e o sistema de logística pesaram na indústria.

Ainda de acordo com Juliano Carraro, os vinhos importados também foram impactados pela flutuação do dólar e do euro.

“A gente vê que a maioria dos importados teve um reajuste de 10% a 20%, pois além da inflação normal dos custos da cadeia de logística, mão de obra e outras despesas, tem a influência cambial vigente”, comentou.

Mesmo com a conta mais cara, o setor espera faturar neste primeiro semestre de 2025 com a chegada do inverno e o impulsionamento do enoturismo, modalidade que compreende a visitação e a hospedagem nas vinícolas em todo o país.

“Historicamente o feriado de Páscoa é o melhor para o nosso enoturismo. Assim, aumenta o movimento e o consumo nos setores da gastronomia e rede hoteleira. Cerca de 35% das vendas dos vinhos tranquilos, principalmente dos vinhos tintos finos, se concentram nos meses de maio, junho e julho, então a chegada do inverno favorece bastante”, pontua Panizzi.

Em 2025, a safra da uva para os gaúchos bateu recordes e atingiu um dos melhores índices para a vitivinicultura brasileira. Segundo um levantamento da Emater-RS, aproximadamente 900 mil toneladas da fruta foram colhidas, o número representa 50% a mais do que no ano interior.

Além da quantidade, a qualidade da safra também promete estar acima da média, já que as uvas conseguiram atingir graus de maturação completo por conta das condições climáticas registradas durante o plantio.

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