• Home
  • Destaque
  • PEC da Anistia pode refinanciar dívidas e estimular recuperação fiscal de partidos; entenda

PEC da Anistia pode refinanciar dívidas e estimular recuperação fiscal de partidos; entenda

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Anistia, que está tramitando na Câmara dos Deputados, pode trazer mais benefícios aos partidos políticos, como o refinanciamento de dívidas e a criação de um programa de recuperação fiscal para as legendas.

A versão original da PEC da Anistia, protocolada em 2023, concedia perdão aos partidos políticos que não cumpriram a cota mínima de recursos para candidaturas de pretos e pardos nas últimas eleições.

A matéria foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara em maio do ano passado e, posteriormente, encaminhada para uma comissão especial, onde ficou travada por meses devido à repercussão negativa sobre o perdão aos partidos.

As propostas de refinanciamento de dívidas e criação de um programa de recuperação fiscal constam em uma minuta divulgada pelo relator da matéria, deputado Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP), na última semana.

Benefícios a partidos

O relatório de Antonio Carlos Rodrigues ainda não foi oficialmente protocolado, porque o deputado aguarda um posicionamento de líderes partidários sobre o texto.

A CNN apurou que o parlamentar tem sido procurado por presidentes de partidos políticos que cobram a votação do texto “o mais rapidamente possível”.

A prioridade dos dirigentes das siglas é justamente o trecho que cria um programa de Recuperação Fiscal (Refis) para partidos políticos, seus institutos ou fundações.

O relator está disposto a negociar mudanças em outros pontos da proposta, mas a manutenção do Refis no texto é considerada essencial. O Refis aos partidos políticos não estava na versão original da PEC, mas foi incluído na minuta divulgada pelo relator.

O objetivo do programa de recuperação fiscal, segundo o deputado, é facilitar a regularização de débitos tributários e não tributários, excluindo juros e multas acumulados e permitindo o pagamento dos valores originários com correção monetária em até 15 anos.

“Essa medida é essencial para assegurar a continuidade das atividades dessas entidades, promovendo a justiça fiscal sem comprometer a viabilidade financeira dos partidos”, consta na minuta do relatório.

Parcelamento de multa e imunidade tributária

Além disso, o texto também prevê que os partidos usem recursos do Fundo Partidário para parcelar multas eleitorais, outras sanções e débitos de natureza não eleitoral.

O relatório ainda estabelece que as legendas terão imunidade tributária, ou seja, não serão obrigadas a pagar impostos.

A imunidade tributária já é reconhecida pela Constituição, mas, segundo o relator, a aplicação prática do benefício enfrenta a “imposição de sanções de natureza tributária, de forma que compromete a gestão financeira dos partidos”.

Por isso, no texto da PEC, o relator reforça a imunidade e cancela sanções aplicadas e processos em curso que desrespeitem a norma, “especialmente em casos em que a ação de execução supera o prazo de cinco anos”.

Votação não tem data para ocorrer

Protocolada em março do ano passado, a PEC da Anistia original recebeu apoio, na Câmara, de parlamentares de diferentes legendas, como MDB, PP, PL, União Brasil e o PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

As negociações devem se desenrolar na Câmara apenas depois desta semana de São João. Embora o texto tenha chegado a entrar na pauta do plenário, não há data certa para a votação acontecer.

A matéria foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara em maio de 2023 e depois foi encaminhada para uma comissão especial. O texto não chegou a ser votado no colegiado.

Na última semana, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), desengavetou a proposta e a incluiu na pauta de votações do plenário.

A CNN apurou que o presidente da Casa só colocará a PEC em votação novamente se houver acordo com o Senado Federal sobre o tema. Lira não quer aprovar o texto caso haja chances de a proposta ficar engavetada no Senado.

Senadores criticam proposta

Ao contrário do que ocorre na Câmara, no Senado, parlamentares de diversos partidos têm se posicionado publicamente contra o texto. Críticas foram feitas na última quarta-feira (20), durante sessão em plenário, por exemplo.

“O Brasil é o único país do mundo que financia todas as eleições, todos os partidos políticos. E agora, neste momento em que nós estamos preocupados com o equilíbrio das contas públicas, temos que votar uma anistia para absolver aquelas pessoas que cometeram crime e desviaram dinheiro público”, afirmou Renan Calheiros (MDB-AL).

O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) avaliou a proposta como uma forma de desmoralizar as leis eleitorais criadas pelo próprio Congresso.

“Trata-se de uma ode à impunidade, uma forma de dizer aos brasileiros: ajam irregularmente, senhoras e senhores; cometam crimes, senhoras e senhores; e depois clamem por anistia. Qual é a lógica de o Congresso criar leis eleitorais e depois dizer que elas não precisam ser cumpridas?”, questionou.

*Publicado por Lucas Schroeder

Clique aqui para acessar a Fonte da Notícia

VEJA MAIS

Milicianos é sequestrado por bandidos que se passaram por policiais

O miliciano Wanderson Lira, conhecido como ‘Varetinha’, foi sequestrado em casa por um grupo de…

Bolsonaro pode ser preso? Saiba tamanho da pena máxima em caso de condenação

Indiciado pela Polícia Federal (PF) pela terceira vez na quinta-feira (21), o ex-presidente Jair Bolsonaro…

Brasileirão: Fluminense leva virada do Fortaleza, mas arranca empate no fim

Fluminense e Fortaleza ficaram no empate, por 2 a 2, em pleno Maracanã, em jogo…