Atividades para reforçar a importância da prevenção e da promoção da saúde no contexto da luta antimanicomial foram realizadas em parceria com o UniFOA
O Caps (Centro de Atenção Psicossocial) Vila Esperança, unidade do Programa de Saúde Mental de Volta Redonda, na Vila Santa Cecília, sediou na tarde desta terça-feira, dia 6, evento em alusão ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial, comemorado em 18 de maio. A iniciativa da prefeitura, em parceria com o UniFOA (Centro Universitário de Volta Redonda), reforça a importância da prevenção, do cuidado integral e da promoção da saúde no contexto da luta antimanicomial.
A ação, com o tema “Cuidar da Saúde é um Ato de Amor e Liberdade”, abordou assuntos fundamentais para a saúde e o autocuidado, incluindo atividades de conscientização sobre higiene bucal e corporal. Cerca de 20 usuários e funcionários do Caps Vila Esperança, incluindo os coordenadores Administrativo, Beltessazar Silva, e Técnica, Helena Beatriz, participaram das palestras ministradas por professores e acadêmicos dos cursos de Odontologia e Enfermagem do UniFOA. Também estava presente a funcionária da Residência Inclusiva do bairro Sessenta, Lília Pereira, que levou duas moradoras.
As alunas da professora de Odontologia, Alice Feres, explicaram a estrutura da boca e reforçaram a importância da escovação, uso do fio dental e enxaguante bucal, além da visita periódica ao dentista. Ao final da exposição ilustrada, eles ensinaram a melhor forma de escovar os dentes e usar o fio dental com um modelo de boca. A equipe de enfermagem, coordenada pelo professor Davison Pereira, começou pelo cuidado com a limpeza das unhas e das mãos, ensinando a maneira correta de lavar, e seguiu com dicas de higiene em geral para melhorar a qualidade de vida.
O coordenador Administrativo do Caps Vila Esperança, Beltessazar, ressalta que eventos como esse representam mais do que ações de conscientização: são momentos de cuidado, acolhimento e promoção da dignidade.
“Para o Caps Vila Esperança, essa iniciativa reforça o compromisso com uma saúde mental humanizada, que valoriza cada indivíduo em sua totalidade. Ao abordar temas como higiene bucal e corporal, fortalecemos o autocuidado e promovemos a autonomia dos nossos usuários, mostrando que cuidar de si também é um ato de amor e liberdade. Em parceria com o UniFOA, seguimos construindo um espaço de inclusão, respeito e valorização da vida, pilares essenciais na luta antimanicomial”, disse Beltessazar.
A usuária do Caps, Cleonice Gonçalves de Souza, moradora do bairro Eucaliptal, elogiou a iniciativa. “Estou em tratamento aqui desde outubro do ano passado e sempre fui muito bem acolhida. As palestras vieram para completar o tratamento, são dicas básicas que nem sempre a gente presta atenção no dia a dia”, disse.
Ivani acompanha o marido, Marcílio, que frequenta o Caps há mais de 20 anos. “Os profissionais aqui são excelentes e, sempre que podem, promovem atividades extras para agregar e trazer mais qualidade de vida para os usuários”, disse Ivani, contando que o casal mora no bairro Santo Agostinho, mas não perde um dia de atividade no Caps Vila Esperança.
A luta antimanicomial
A luta antimanicomial surgiu no Brasil na década de 1980 como um movimento social, político e de profissionais da saúde que questionava o modelo dos manicômios, instituições que, ao invés de cuidar, muitas vezes excluíam e violavam os direitos das pessoas com sofrimento psíquico. A proposta central da luta era substituir a lógica do isolamento pela do cuidado em liberdade, com respeito, inclusão e cidadania.
Com a aprovação da Lei 10.216/2001 (Lei da Reforma Psiquiátrica), foi fortalecido um novo modelo de atenção psicossocial, baseado em serviços comunitários. Nesse contexto, surgem os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que são serviços públicos de saúde mental e voltados para o atendimento diário de pessoas em sofrimento psíquico, promovendo acolhimento, acompanhamento terapêutico e reinserção social. Tudo com base no respeito à liberdade e à dignidade humana.
Rede de Atenção Psicossocial de Volta Redonda
A Rede de Atenção Psicossocial de Volta Redonda conta com cinco unidades de Caps. O Caps Vila Esperança, na Vila Santa Cecília, que atende transtornos mentais severos e persistentes; o Caps Usina dos Sonhos, na Vila Mury, com atendimento especializado para transtornos mentais graves; o Caps AD Lúcia Maria Bessada, no Conforto, para transtornos relacionados ao uso de substâncias psicoativas; o Caps Dr. Sérgio Sibílio Fritsch, no Jardim Belvedere, para transtornos mentais graves e pacientes com autismo; e o Caps Infantil Viva Vida, também na Vila Mury, com atendimento especializado para crianças e adolescentes com transtornos mentais.
A rede municipal também tem o Espaço de Cuidados em Saúde, que funciona no Estádio da Cidadania, no Jardim Paraíba, para necessidades de menor complexidade. E ainda vai ganhar um Centro de Convivência, no bairro Aterrado, voltado para o acolhimento e a inclusão, visando a integração social de adultos em sofrimento psíquico.
O atendimento do Programa de Saúde Mental de Volta Redonda ainda conta com quatro Residências Terapêuticas; atenção de urgência e emergência e leitos exclusivos para internação psiquiátrica.
Fotos de Geraldo Gonçalves – Secom/PMVR.
