O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), negou à CNN que a sabatina de Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a presidência do Banco Central esteja confirmada para a próxima semana.
O governo trabalha com a expectativa de fazer a sabatina no dia 10/09, em uma sessão que ainda precisa ser agendada pelo presidente do colegiado. Mas o assunto só deve ser debatido por Vanderlan com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), amanhã (3).
As datas foram sinalizadas durante uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto nesta segunda-feira (02), dada pelo ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e pelo líder do governo no Congresso Nacional, o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP).
Padilha sinalizou ainda que o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), relator da indicação na CAE, já faria a leitura na sessão agendada para esta terça-feira (03).
Ao ser questionado pela CNN sobre as datas informadas por integrantes do governo, Vanderlan, disse que “não é verdade”. As datas seguem indefinidas, assim como a escolha do relator, informou o gabinete do senador.
Senadores da CAE têm apresentado resistência em acelerar o processo por diferentes motivos. Entre eles, aguardam o desfecho do acordo entre os Poderes sobre as emendas parlamentares, que influenciam diretamente na vida dos congressistas.
Os parlamentares também afirmam que estão muito envolvidos com as disputas para as eleições municipais, com o primeiro turno marcado para daqui menos de 40 dias.
O próprio presidente da comissão, Vanderlan Cardoso, participa diretamente da disputa como candidato à prefeitura de Goiânia e, inclusive, gravava vídeos da campanha no momento em que a indicação de Galípolo foi oficializada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Palácio do Planalto.
Outro fator apontado por senadores ouvidos pela reportagem é que as visitas de cortesia ao máximo possível de senadores fazem parte do rito dos indicados para cargos do porte da presidência do Banco Central, e que seria uma falta de consideração Galípolo não procurar por todos.
Muitos, no entanto, não estão vindo presencialmente à Brasília por causa do período eleitoral e o prazo de fazer isso em apenas uma semana, por mais que Gabriel Galípolo já seja um conhecido dos parlamentares, é considerado curto.
O governo gostaria de ver Galípolo aprovado antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária, marcada para os dias 17 e 18/09.
Sob reserva, mesmo senadores da base avaliam não ver diferença dele participar como presidente já aprovado e não apenas como diretor de política monetária, cargo que ocupa atualmente, pelo fato de a decisão do Copom ser colegiada. A oposição também trabalha para que a sabatina só ocorra depois das eleições.