Novo espaço reforçará a integração social e a autonomia das pessoas com sofrimento psíquico
Com o compromisso de promover o bem-estar biopsicossocial e aprimorar as práticas de cuidado à saúde mental, Volta Redonda está prestes a ganhar um Centro de Convivência que representará um marco na assistência psicossocial. O novo espaço será voltado para o acolhimento e a inclusão, visando a integração social de adultos em sofrimento psíquico e reforçando a importância do respeito à dignidade humana.
O Centro de Convivência oferecerá uma programação variada com oficinas culturais e artísticas, como pintura em tela, cinema, teatro, dança, música, contação de histórias e lendas, artesanato com material reciclado, além de uma tenda cultural da liberdade e atividades físicas. A proposta é proporcionar um ambiente estimulante e acolhedor, que favoreça o desenvolvimento e a expressão criativa de cada indivíduo.
De acordo com a coordenadora do Programa de Saúde Mental, a médica Suely Pinto, o projeto vai além da inovação no atendimento psicossocial: ele também representa um passo significativo na luta contra as violências institucionais e o histórico de encarceramento psiquiátrico que, por décadas, marcaram a vida das pessoas com transtornos mentais.
“O Centro de Convivência é um avanço no fortalecimento da rede de atenção psicossocial, simbolizando o cuidado em liberdade e a garantia dos direitos das pessoas em sofrimento psíquico. Além de ser um espaço físico de acolhimento, será um símbolo de transformação social, apoiando a recuperação e a autonomia dos indivíduos, por meio da convivência, do afeto e da cultura”, afirmou a médica.
Sustentabilidade do projeto
A nova estrutura, que ocupará 661,92 m² e possui um investimento aproximado de R$ 2 milhões, reforça o compromisso da cidade em promover um cuidado em saúde mental que respeite a liberdade e a potencialidade de cada pessoa.
A viabilidade financeira do Centro de Convivência será garantida por uma combinação de recursos do Ministério da Saúde, da Secretaria de Estado de Saúde – por meio do COFI-RAPS (Cofinanciamento Fomento e Inovação da Rede de Atenção Psicossocial) – e do Tesouro Municipal. A construção do centro dará origem a um ambiente de promoção à saúde, com espaços planejados para acolher, integrar e cuidar das pessoas em sofrimento psíquico.
Rede de Atenção Psicossocial de Volta Redonda
Além da implantação do Centro de Convivência, a cidade já possui uma rede robusta de unidades de saúde mental, cada uma com sua especificidade de atendimento:
CAPS Usina dos Sonhos (Inaugurado em 1995): Atendimento especializado para transtornos mentais graves (2.179 usuários ativos).
CAPS AD Lúcia Maria Bessada (Inaugurado em 2004): Atendimento para transtornos relacionados ao uso de substâncias psicoativas (1.128 usuários ativos).
CAPS Vila Esperança (Inaugurado em 1998): Atendimento para transtornos mentais severos e persistentes (3.254 usuários ativos).
CAPS Dr. Sérgio Sibílio Fritsch (Inaugurado em 2009): Atendimento para transtornos mentais graves e pacientes com autismo (948 usuários ativos).
Espaço de Cuidados em Saúde (Inaugurado em 2011): Atendimento ampliado para necessidades de menor complexidade (2.179 usuários ativos).
CAPS Infantil Viva Vida (Inaugurado em 1995): Atendimento especializado para crianças e adolescentes com transtornos mentais (463 usuários ativos).
Residências Terapêuticas
A cidade também conta com quatro Residências Terapêuticas que proporcionam moradia e cuidados contínuos a pessoas egressas de longos períodos de internação psiquiátrica. Com a presença de cuidadores 24 horas, estas residências têm como objetivo promover a desospitalização e apoiar a reintegração social e a autonomia das pessoas atendidas. Atualmente, 33 moradores são acompanhados nestas unidades.
Atenção de Urgência e Emergência
Volta Redonda oferece uma estrutura de atendimento de urgência e emergência, com hospitais e unidades especializadas no tratamento de casos agudos de saúde mental e intoxicações. Casos graves são encaminhados para leitos especializados, garantindo um atendimento eficiente e humanizado.
Leitos de Internação Psiquiátrica
A cidade dispõe de 14 leitos destinados a adultos e 2 leitos para adolescentes (acima de 14 anos), com foco na estabilização clínica de pacientes em internação de curta permanência.
O Centro de Convivência de Volta Redonda se une a essas iniciativas, consolidando a cidade como um modelo de atenção psicossocial que prioriza o cuidado integral, a inclusão e a dignidade das pessoas em sofrimento psíquico.
Foto de divulgação – Secom/PMVR.