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Renan Cury vai promover audiência pública para debater população em situação de rua

Foto: Luiz Vieira 


Por Mateus Gusmão

“Está cada dia pior. Hoje (terça, 14), eles utilizavam até uma mesa como suporte para suas cachaças. Gritavam, brigavam e ainda mexeram com crianças que passavam pela rua”. Essa foi a definição de uma leitora do aQui, que trabalha na Rua Luiz Alves Pereira, esquina com a Avenida Lucas Evangelista, no Aterrado. O local, próximo ao supermercado Royal, virou ponto de encontro de pessoas em situação de rua, que dormem, bebem, pedem esmolas e passam horas na calçada.
Segundo a leitora, que pediu para não ser identificada com medo de represálias, as pessoas em situação de rua ainda intimidam mulheres e crianças. “A poucos metros de onde ficam, tem o Colégio Themis de Almeida. As crianças passam por ali, e eles vivem brigando, bêbados, pedindo dinheiro. É um absurdo. Está trazendo muita insegurança para todos que passam pelo Aterrado. E é por todo o bairro que vemos moradores de rua, tem gente que tem até cabana”, destacou a moça.
Ela tem razão. Tanto que a Câmara de Volta Redonda vai realizar, no próximo dia 4 de junho, às 19 horas, uma audiência pública para debater o aumento de pessoas em situação de rua no município. A proposta foi feita pelo vereador Renan Cury e acabou aprovada por unanimidade. “Eu fui procurado por moradores e comerciantes do Aterrado muito preocupados com essa situação”, destacou Renan em entrevista exclusiva ao aQui.
O parlamentar destacou que está acompanhando a situação do aumento de pessoas em situação de rua há tempos. “Nessa semana, já havia feito um requerimento pedindo à prefeitura de Volta Redonda uma solução para aquela situação de pessoas que montaram barracas e estão morando sob o Rio Paraíba, ali perto da Avenida 7 de Setembro (denunciada em Broncas do aQui). Os alunos da Universidade Federal Fluminense que passam por ali e os moradores se sentem inseguros. São pessoas usando drogas, bebendo e até fazendo sexo explícito”, destacou Renan.
Na terça, 14, Renan destacou que recebeu novas reclamações. “Ali na esquina da Drogaria Moderna, na Avenida Lucas Evangelista, está ficando um grupo grande, que constrange quem passa. Até mesinha eles estão usando agora”, completou. “A poucos
metros tem uma escola, puxaram o pé de uma menina que estuda no Sesi, já ouvi relatos de que até crianças estão sendo coagidas a doarem recursos. Isso não pode acontecer”, completou Renan.
Segundo o parlamentar, ele procurou o coronel Luiz Henrique, secretário de Ordem Pública do governo Neto, para tratar do assunto. “Ele nos disse que está ciente do assunto, mas que está esbarrando em determinações do Ministério Público do Estado do Rio”, disse o vereador, ressaltando que, para a Semop, o aumento de pessoas em situação de rua é caso de ordem pública, já para a promotoria, seria caso de assistência social.
“Meu objetivo é que possamos colocar na Câmara o Ministério Público, a Secretaria de Ordem Pública, Secretaria de Assistência Social e a população. E que todos juntos possamos achar uma solução. O MP precisa enxergar essa necessidade de se atuar de forma mais assertiva”, destacou Renan. “Não podemos criminalizar as pessoas em
situação de rua, muitas vulneráveis e que precisam de assistência. Mas não podemos permitir que crimes ocorram, coações, uso de drogas…”, completou.
Homem em situação de rua é preso por estupro de vulnerável
Um dos exemplos utilizado por Renan Cury para pedir a audiência pública foi a prisão, na terça, 14, de um homem de 40 anos, em situação de rua, justamente no Aterrado. Ele seria suspeito de ter estuprado uma menina de apenas 3 anos. A prisão foi feita por policiais da Deam- VR, coordenados pela delegada Juliana Montes.
Segundo informações, o homem estaria fazendo uma obra na casa da vítima quando ficou por alguns instantes sozinho com a menina. Quando a mãe da criança retornou, flagrou o suspeito sobre a menina. Ao ser flagrado, o homem teria fingido estar fazendo cócegas na menina. A equipe da delegacia realizou diversas diligências com a finalidade de localizar o suspeito, porém ele fugiu de casa e não retornou mais. Após o deferimento do pedido de prisão, as investigações sobre o paradeiro do foragido se intensificaram, e foi apurado que ele estava vivendo em situação de rua no Aterrado, onde foi preso.

Alerj estima que estado tem 20 mil pessoas em situação de rua
Em todo o estado do Rio, 20 mil pessoas estariam vivendo em situação de rua. Os dados foram divulgados pela Frente Parlamentar pela Humanização e Atenção dos Atendimentos nos Serviços Públicos em Geral da Alerj. “É urgente a elaboração de políticas públicas que deem visibilidade para essa parcela da população. Essas pessoas são tratadas como invisíveis, mas na realidade o ser humano que está cego por não enxergar a realidade de que muitas pessoas têm a rua como moradia. Essa frente tem o objetivo de levar humanização a essas pessoas, e nós queremos deixar esse legado na Assembleia Legislativa”, disse o deputado Danniel Librelon, coordenador da frente parlamentar.
A superintendente de Programas Habitacionais e Reformas da Secretaria Estadual de Habitação de Interesse Social (SEHIS), Ana Paula Rosalino, disse que já existe um projeto de habitação destinado a pessoas em situação de rua, mas que ainda precisa de regulamentação. Ela ressaltou que é necessário que todos os órgãos estejam integrados para que essas pessoas consigam viver com dignidade. “A gente precisa pensar em uma forma de conseguir, de fato, ter uma porta de saída das ruas. Então, nós pensamos no Programa Housing First (Habitação Primeiro, em tradução livre), um modelo focado em moradias individualizadas e serviços de suporte para a população em situação de rua que tem uma eficácia de mais de 84% em outros países. Ainda há algumas regulamentações para serem feitas no programa, mas nós estamos participando do Comitê da População em Situação de Rua, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, e pretendemos formular um Plano Estadual em que cada órgão tenha suas responsabilidades”, afirmou a superintendente.
Já a prefeitura de Volta Redonda começou na quarta, 15, uma ação integrada de abordagem social às pessoas em situação de rua. Representantes da Smas, da SMDH, com o apoio da GM e acompanhados por membros do MP, estiveram no Aterrado para conversar e cadastrar as pessoas que estão em situação de rua na Paulo de Frontin e Rua Luiz Alves Pereira. A ação seguiria até ontem, sexta, 17. Joveline Batista Tomaz, da Smas, explica que a abordagem é uma atividade de rotina e que está sendo intensificada com o objetivo de sensibilizar os moradores em situação de vulnerabilidade a conhecerem e utilizarem os serviços oferecidos pelo Centro de Referência Especializado Uhady Nars, o Centro Pop, localizado no bairro Aterrado.
Com funcionamento de segunda a sexta, das 8 às 20 horas, o Centro Pop oferece aos usuários café da manhã, almoço, jantar, banho, espaço para lavagem de roupas e encaminhamento para retirada de documentos de identificação – como, por exemplo, RG (identidade) e CPF, entre outros –, além de orientação psicológica e social e encaminhamento para o Abrigo Municipal Seu Nadim.

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