A saúde púbica de Volta Redonda vai melhorar a partir da próxima segunda, 18, quando o H.FOA (Hospital da Fundação Oswaldo Aranha, fizer a primeira cirurgia com a utilização de um robô por meio do SUS (Sistema Único de Saúde). O procedimento será realizado graças ao contrato firmado entre a unidade e a prefeitura de Volta Redonda, por meio de licitação, que prevê um total de 135 cirurgia com o uso da tecnologia, além de mais de 3,7 mil cirurgias tradicionais, sem contar consultas e exames. O presidente da FOA, Eduardo Prado, informa que as primeiras 10 cirurgias já estão agendadas para a semana, sendo duas por dia – a expectativa é manter essa média diária e semanal, de atendimentos pelo SUS, mas podendo chegar a um total de 50 com a chegada do segundo robô adquirido pela instituição – o que vai permitir a realização de procedimentos simultâneos. As primeiras operações serão de hérnias complexas e realizadas pelo médico cirurgião Heitor Santos, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Hérnia e com mais de mil procedimentos realizados com o auxílio da robótica.
“Acredito que a nossa tecnologia vai proporcionar o melhor conforto aos pacientes do SUS, além de diminuir a fila de espera no município para esses procedimentos. É uma inovação para a cidade, porque não há notícia de um outro contrato com a iniciativa privada que seja especificamente para as cirurgias com o robô”, diz Eduardo, acrescentando que o contrato firmado com o governo municipal inclui, ainda, o uso da robótica para casos de câncer de próstata e endometriose. “São as três categorias que precisam de atenção especial nesse momento, através de um estudo que foi feito pelo município”. Eduardo Prado e Heitor elencam várias vantagens do uso dessa tecnologia que estará disponível aos moradores de Volta Redonda, por meio do SUS. Uma delas é o caráter menos invasivo, que, ao contrário de uma incisão mais extensas em alguns casos, fica restrita a pequenos furos no corpo – o que torna menor a possibilidade de infecções.
A cirurgia costuma demorar menos tempo, diminuindo, ainda, os riscos médicos, pois os sensores do robô alertam quanto a ações que podem ser desnecessárias ou não usuais para determinado procedimento. O tempo de internação, medicação e recuperação do paciente também diminui, enquanto o conforto do paciente aumenta, sendo que em alguns casos internações de cinco dias podem ser resumidas a duas, por exemplo, ou até mesmo internado em um dia e a alta vindo em cerca de 24 horas, aumentando a rotatividade de pacientes.
Estes são pontos que presidente da FOA aponta para justificar a realização das cirurgias com o moderno equipamento, pois o custo-benefício justifica o uso dos robôs – cujo valor imediato de uso é mais alto, mas que é diluído quando se observam os benefícios de menor tempo de internação, utilização de antibióticos e permanência no hospital. As chances de reinternação também diminuem. “Nosso equipamento pode fazer cirurgias numa região do corpo que vai abaixo do pescoço até a próstata. Nossas primeiras cirurgias foram realizadas em julho, e vamos aumentar o número de especialidades atendidas em nosso hospital por essa tecnologia. Esperamos chegar a um total de 150 cirurgias nos próximos quatro meses”, destaca Eduardo Prado, lembrando que o primeiro procedimento foi realizado em 6 de julho, poucos dias após a chegada do robô, uma vez que o H.FOA já contava com uma equipe com experiência na área. Outro ponto a ser destacado é que essas cirurgias poderão ser acompanhadas remotamente pelos estudantes do curso de Medicina do UniFOA (Centro Universitário de Volta Redonda) no auditório da instituição, fazendo com que eles tenham contato com a modalidade. A ideia é que as cirurgias tradicionais também tenham transmissão simultânea.
Cirurgias convencionais
Além das cirurgias por meio da robótica, o contrato entre prefeitura e Hospital da FOA contempla mais de 3.700 cirurgias; de acordo com o contrato, o H.FOA irá realizar os procedimentos nos quais o município enfrenta, hoje, uma alta demanda, incluindo cirurgias de vesícula por vídeo; hérnia; laqueadura tubária por meio de laparoscopia – que é menos invasiva –; cirurgias plásticas e reparadores de mama e abdômen – principalmente para quem passou por cirurgia bariátrica –; e de lesões graves que estejam na fila do município”, encerra Heitor Santos.