Foto: Francisco de Assis
A nomeação do ex-prefeito de Barra Mansa, Rodrigo Drable, para o governo do Estado esconde duas verdades: a primeira é que, para ele, até prova em contrário, valeu a pena esperar 100 dias para saber quais funções terá no novo cargo público, no Palácio das Laranjeiras. A segunda é que ele, apesar de ter sido nomeado como subsecretário – o que pode parecer até meio depreciativo, e não é – não terá um secretário a quem obedecer. Não terá um chefe, hierarquicamente falando. Terá apenas ‘o’ chefe, o governador Cláudio Castro, acima dele. Ou melhor, em uma sala ao lado da dele.
As novidades foram reveladas pelo próprio Rodrigo Drable ao aQui, na manhã de quinta, 10, quando o ex- prefeito estava saindo de Barra Mansa para se encontrar com o governador Cláudio Castro. “Estou indo ao Rio para acertar alguns detalhes da minha nova função”, comentou. “Não serei um subsecretário de nenhum secretário. Serei subsecretário do gabinete do governador”, detalhou Drable. “Estarei ao lado dele, em uma sala no gabinete do governador”, acrescentou, mostrando que terá um papel importante ao lado de Castro.
Aliás, nos bastidores da política fluminense, a nomeação do ex-prefeito não pegou ninguém de surpresa. Falava-se muito em secretaria disso ou secretaria daquilo. “Vai para a Agenersa”, diziam. “Não vai mais”, acrescentavam. Todos erraram. O cargo de Drable será essencialmente político. De diálogos com políticos. “É uma situação diferente, pois isso (o cargo) não existia. Na verdade, ele (Castro) não pode criar secretarias (depende da aprovação da Alerj, grifo nosso). Ele só pode criar subsecretarias, e criou essa para me colocar dentro do gabinete dele para fazer a articulação institucional entre o governo do Estado – ele, governador – e os prefeitos, os vereadores e as instituições públicas e privadas”, relacionou.
“É para estreitar o diálogo que ele, governador, tem com essas figuras da vida política fluminense”, acrescentou. Drable foi além. Voltou a deixar claro – antes que seus adversários saiam espalhando que ele, de futuro secretário, virou subsecretário, de forma pejorativa – que o cargo tem uma importância muito grande. “Eu não sou sub de nenhum secretário, sou sub só dele, sou ligado só a ele. O meu gabinete fica ao lado do gabinete dele, é isso”, disparou.
Ou seja, a partir de agora, quando prefeitos e vereadores, como os de Volta Redonda e Barra Mansa, por exemplo, quiserem falar com Cláudio Castro, deverão antes passar para trocar dois dedos de prosa com Rodrigo Drable. “Vamos manter diálogo com todos”, sentenciou Drable, aproveitando para convidar os repórteres do aQui a irem aoRio de Janeiro se encontrar com ele.