Sem violência – Jornal Aqui

Na semana em que se comemorou o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher (25 de novembro), a Secretaria de Políticas para Mulheres e Direitos Humanos de Volta Redonda aproveitou para debater o tema no auditório do Palácio 17 de Julho. Participaram a secretária Glória Amorim; a delegada titular da Deam, Juliana Montes; a psicóloga Luana Portella; e Fernanda Modesto, presidente do projeto social “Fala Mulher”, além da ex-deputada estadual Inês Pandeló, de Barra Mansa. “Este é um momento crucial para refletirmos sobre a realidade que muitas mulheres enfrentam diariamente. A violência contra a mulher não é apenas uma questão pessoal, mas uma questão social que afeta toda a sociedade. É inaceitável que, em pleno século XXI, ainda existam tantas mulheres vivendo com medo, silenciadas pelo abuso e opressão. Precisamos levantar as nossas vozes e afirmar: ‘Por nenhuma mulher a menos’! Cada uma de nós tem o direito de viver em segurança, com dignidade e respeito”, afirmou Kátia Teobaldo, assessora técnica da pasta ao abrir o debate.
Ela lembrou ainda que é fundamental a união de forças para sensibilizar toda a população acerca do combate à violência. “Devemos exigir políticas públicas eficazes, promover a educação sobre a igualdade de gênero e criar espaços seguros para que as mulheres possam denunciar abusos sem medo de represálias, apoiar organizações que trabalham na prevenção da violência, e educar os nossos amigos e familiares sobre este tema”.

“De onde vem a violência contra a mulher”
A psicóloga Luana Portella criticou, com exemplos, as diversas formas de violência que a mulher sofre atualmente, citando os atentados contra a sua vida, a violência emocional, patrimonial, sexual, física, a desvalorização profissional no mercado de trabalho, as agressões verbais que acabam atacando a autoestima da mulher, gerando as crises de ansiedade causadas pelo desrespeito. “A democracia é uma palavra bonita, mas de onde vem essa violência contra a mulher? Vem de muitos anos de desigualdades e negação de direitos, quando a mulher é colocada abaixo, subjugada em sua capacidade. Cada uma é uma pessoa e tem a sua história. Somos únicas e viver em sociedade significa respeitar o
próximo, o diferente. A vida de uma mulher não vale menos que a vida de um homem. Para nos ajudar como sociedade, precisamos ter uma rede de apoio afetiva. Não é fácil encontrar a felicidade em nós mesmas, mas é impossível encontrá-la em outro lugar”,
comparou Luana. Titular da secretaria, Glória Amorim agradeceu à ex-deputada Inês Pandeló pelo apoio às lutas dos grupos de mulheres na cidade, e na construção da primeira Coordenadoria Municipal da Mulher junto ao prefeito Neto. Ela lembrou que depois foi criada a Secretaria de Políticas para Mulheres, citando ainda a ajuda do público de todos os equipamentos que Volta Redonda possui como rede de atendimento à mulher para o enfrentamento da violência. “Recebemos elogio da secretária estadual (Heloísa Aguiar) da Mulher pelo o que ela encontrou no município na sua visita, como rede de assistência e de combate à violência doméstica e familiar. Ela nos considerou um modelo de referência
para o estado. A nossa secretaria saiu de uma conferência de 300 mulheres, durante três dias, com a aprovação da proposta da criação da Secretaria da Mulher. Gostamos de trabalhar no coletivo, é onde se cria as eis, ajuda a pensar e colocar em prática o traba-
lho de conscientização da população. A violência contra a mulher é responsabilidade de toda a sociedade. Uma mulher ser assassinada tem como motivo essa cultura machista que tem de ser enfrentada. Devagar, vamos conseguindo mudar essa sociedade”, disse Glória Amorim. Inês Pandeló, atualmente trabalhando na Casa da Moeda do Brasil, disse que defende no ambiente de trabalho a equidade de gênero, salários iguais para mulheres e homens nas mesmas funções, e que existe um pacto entre as empresas estatais para que essa orientação seja respeitada por todas empresas do Governo Federal.
E a titular da Deam em Volta Redonda, Juliana Montes, disse que haverá um dia no qual esta violência entre homens e mulheres terá fim, mas que é preciso muito ainda a fazer. “Parabenizo dona Glória e todas vocês pela rede de atendimento e acolhimento que encontrei funcionando em Volta Redonda. Na Deam podem contar comigo, porque a nossa união tem feito a diferença na vida das mulheres em situação de violência doméstica e familiar. O trabalho da polícia é apenas um pequeno pedaço dessa rede. O nosso papel é evitar essa violência. O amor não dói, não machuca. Ninguém bate por amor”. A palestrante Fernanda Modesto (Projeto “Fala Mulher”) afirmou que, além da Lei Maria da Penha, em 2023 proteção para as mulheres. Mas que, mesmo assim, a violência de gênero vem aumentando no país. “A única violência que a gente ouvia falar era física. Mas, com a Lei Maria da Penha, vieram outros tipos de violência e medidas protetivas, reclusão de 2 a 5 anos e multas para quem descumprir. E por que vem crescendo a violência contra a mulher? O papel da sociedade, das famílias, das escolas é educar as novas gerações. A educação transforma, e assim poderemos eliminar esta violência, não ter mais de ficar falando de violência de gênero. Temos que levar essa conscientização para dentro das escolas”, aconselhou Fernanda.

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