As vendas e os lançamentos de novas moradias no Brasil subiram no quarto trimestre ante mesma etapa de 2023, mostraram dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) divulgados nesta segunda-feira (17).
Segundo a entidade, as vendas subiram 19,4% nos últimos três meses de 2024 na comparação com um ano antes, a 104,2 mil unidades. Na mesma base, os lançamentos avançaram 10,1%, a 111,7 mil unidades, maior volume desde o primeiro trimestre de 2017.
Mas a oferta final – medida pela relação entre vendas, lançamentos e estoques disponíveis no mercado – caiu 7,8% no período, sinalizando um demanda reprimida no mercado imobiliário brasileiro, segundo a Cbic.
No acumulado de 2024, foram 383,5 mil imóveis residenciais lançados, aumento de 18,6% ante 2023, e 400,5 mil comercializados, alta de 20,9% ano a ano.
No âmbito do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), os lançamentos tiveram expansão anual de 9,1% no quarto trimestre, a 52,4 mil unidades, enquanto as vendas saltaram 37,3% na mesma base, a 46,1 mil unidades, com a oferta crescendo 10,1%.
A Cbic disse que 2025 “apresenta-se mais desafiador”, em meio ao ciclo de alta dos juros, à expectativa de inflação ainda fora da meta, preocupações com custos de mão de obra e materiais, além de uma projeção de desaceleração do crescimento econômico como um todo.
“Entendemos que a demanda mantém-se aquecida dado o nível de emprego e renda, mas a redução na disponibilização de recursos do SPBE poderá impactar o mercado em 2025, resultando em menor volume de lançamentos e menor velocidade de vendas para produtos voltados às classes média e alta”, disse a Cbic, citando o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo.
Ainda assim, a entidade destacou que o mercado voltado para menor renda deve continuar forte ao longo do ano, considerando a previsão de manutenção dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), voltados para o MCMV.