Waack: Banco Central sobe juros, mas governo não se considera culpado

Sem surpresas, o Comitê de Política Monetária (Copom) estabeleceu a taxa básica de juros da economia brasileira em 14,25% ao ano. Da mesma forma, o governo de Lula 3 atribuiu a responsabilidade por esse cenário ao governo anterior.

Há dez anos, o Brasil não registrava uma taxa de juros nominal tão elevada. A última vez que isso ocorreu foi logo após o impeachment de Dilma Rousseff, no início do governo Temer, há quase uma década.

O Copom indicou ainda que esse patamar deve ser superado na próxima reunião, e os motivos para isso são amplamente conhecidos, debatidos e frequentemente alertados: inflação elevada, impulsionada por gastos públicos excessivos, e atividade econômica acelerada, resultante de incentivos ao consumo.

Além disso, o Copom reiterou um trecho do comunicado do mês anterior, destacando as preocupações dos agentes econômicos em relação à sustentabilidade da dívida pública. Enquanto isso, o presidente Lula nega qualquer relação entre seu governo e os juros atingirem os níveis atuais.

Ele também rejeita a necessidade de ajustes na gestão das contas públicas, que, em sua visão, devem se basear em arrecadar mais para gastar mais. Pelo contrário, Lula considera essencial, para recuperar sua popularidade, promover o crescimento econômico a qualquer custo, estimulando o consumo e o acesso ao crédito.

Para o presidente, problemas como juros sufocantes ou inflação persistente foram herdados de gestões anteriores, cabendo a ele apenas lidar com os aspectos positivos da economia. Agora, resta ver como essa estratégia será recebida pelos eleitores.

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