Zambelli pode perder o cargo? Veja como pode ser a condenação

Nesta terça-feira (25), o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para condenar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo.

Relator do processo, o ministro Gilmar Mendes quer que a pena seja de cinco anos e três meses de prisão. O decano também votou para declarar a perda do mandato da parlamentar.

O ministro foi acompanhado por Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes e Flávio Dino, antes de Nunes Marques pedir vista. O requerimento por vista deveria paralisar o julgamento, mas Cristiano Zanin e Dias Toffoli computaram o voto antecipadamente, o que formou a maioria.

Apesar disso, o processo só acaba quando todos os ministros votarem, porque há a possibilidade de um magistrado pedir destaque e levar o caso ao plenário físico, onde todos os votos zeram e o placar recomeça. Ainda faltam votar os ministros Luís Roberto Barroso, André Mendonça, Luiz Fux, Edson Fachin e Nunes Marques.

Perda do mandato

A condenação de Zambelli pode resultar na perda do cargo. Com o fim do julgamento, e se confirmada a condenação da parlamentar, o caso deve ser encaminhado para a Câmara dos Deputados.

A Constituição Federal estabelece que a Câmara deve analisar no plenário a perda de mandato de um deputado em casos de condenação criminal transitada em julgado e de infrações às proibições constitucionais.

Para confirmar a cassação, são necessários os votos da maioria absoluta dos deputados no plenário, ou seja, 257 votos.

Conforme a CNN mostrou, o PL na Câmara dos Deputados acredita que a eventual análise da cassação de Carla Zambelli pelo plenário da Casa fique somente para 2026.

Na avaliação do líder do partido na Casa, Sóstenes Cavalcante (RJ), os recursos a serem eventualmente impetrados pela defesa de Zambelli e todos os respectivos prazos devem fazer com que, se ela for condenada pelo STF em definitivo, a análise da cassação do mandato dela pelos demais deputados só aconteça no ano que vem.

Sóstenes afirmou que a bancada do PL “sempre” vai defendê-la e disse esperar que ela cumpra o mandato integralmente. Disse, ainda, que ela sofre uma “perseguição político-ideológica”.

Relembre o caso

Em agosto de 2023, o STF tornou Zambelli ré por ter perseguido, de arma em punho, um homem que considerou apoiador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O caso aconteceu na véspera do segundo turno das eleições de 2022, pelas ruas dos Jardins, bairro nobre de São Paulo.

Vídeos do momento começaram a circular nas redes sociais. Zambelli, então, postou uma gravação e alegou que um grupo de homens teria tentado intimidá-la, e afirmou que foi empurrada no chão por um deles.

Segundo ela, a arma foi apontada para deter os homens até a chegada dos policiais.

* Sob supervisão de Mayara da Paz

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